Além das criptomoedas tradicionais, uma nova geração de criptoativos está ganhando espaço. Tokenização de arte, imóveis e música promete transformar investimentos e ampliar o acesso a ativos antes restritos.

Por Naskar
Publicado em 19/08/2025

A expansão do universo cripto vai muito além de moedas como Bitcoin e Ethereum. Uma das tendências mais relevantes no setor financeiro digital é a tokenização — processo pelo qual ativos do mundo real são transformados em representações digitais negociáveis por meio da tecnologia blockchain. Isso tem permitido a criação de criptoativos alternativos que envolvem desde obras de arte até imóveis e direitos musicais.

Essa inovação tem o potencial de descentralizar mercados tradicionalmente elitizados, aumentar a liquidez de ativos ilíquidos e democratizar o acesso a investimentos antes inacessíveis para a maioria das pessoas.

O Que É Tokenização?

Tokenizar um ativo significa representá-lo digitalmente, por meio de um token, em uma rede blockchain. Esse token funciona como um certificado de propriedade ou de participação em um ativo real.

Por exemplo, uma obra de arte avaliada em R$ 1 milhão pode ser tokenizada e dividida em mil tokens de R$ 1 mil cada. Cada investidor passa a deter uma fração digital desse ativo. A tecnologia garante rastreabilidade, autenticidade e, em muitos casos, transferências quase instantâneas entre partes.

Arte Digital e Física

O mercado de arte é um dos que mais rapidamente adotou a tokenização, especialmente por meio dos NFTs (tokens não fungíveis). Ainda que parte desse mercado tenha passado por uma fase especulativa, o conceito permanece relevante.

Agora, galerias e instituições estão tokenizando obras físicas para que investidores possam comprar frações e participar da valorização desses ativos ao longo do tempo. Isso não apenas gera liquidez para o setor artístico como também amplia o número de pessoas que podem se beneficiar financeiramente da arte — sem precisar comprar uma peça inteira.

Imóveis Tokenizados

A tokenização de imóveis representa talvez o caso mais promissor de criptoativo alternativo. A possibilidade de dividir a propriedade de um imóvel em centenas ou milhares de tokens abre caminho para investimentos acessíveis, mesmo em ativos de alto valor.

Com isso, pequenos investidores podem participar de empreendimentos imobiliários comerciais ou residenciais em diferentes regiões do mundo, com potencial de retorno sobre aluguéis ou valorização futura. Tudo isso com mais transparência, menos intermediários e maior eficiência jurídica, dependendo da jurisdição envolvida.

Direitos Musicais e Royalties

Outro setor impactado pela tokenização é a indústria musical. Artistas e produtores passaram a transformar seus catálogos em tokens, oferecendo aos investidores a possibilidade de adquirir uma fração dos direitos autorais de músicas e receber parte dos royalties gerados por execuções em plataformas como Spotify e YouTube.

Além de representar uma nova forma de financiamento para artistas independentes, esse modelo cria um mercado secundário de investimento em propriedade intelectual — algo antes reservado a grandes editoras e conglomerados da indústria.

Desafios e Considerações

Apesar das oportunidades, o mercado de criptoativos alternativos ainda enfrenta barreiras significativas:

  • Regulação incerta: muitos países ainda estão desenvolvendo marcos regulatórios para ativos tokenizados, o que pode afetar a segurança jurídica desses investimentos.
  • Baixa liquidez em alguns segmentos: mesmo com tokens fracionários, nem todos os ativos têm um mercado ativo para compra e venda.
  • Risco tecnológico: falhas em contratos inteligentes ou mudanças na infraestrutura blockchain podem gerar perdas irreversíveis.

Conclusão

A tokenização está reconfigurando o que significa investir. Ao permitir a representação digital de ativos diversos — de arte a imóveis e música —, ela promove a democratização do acesso ao mercado financeiro, gera novas formas de monetização e desafia os intermediários tradicionais.

Como em qualquer inovação, é preciso cautela, estudo e avaliação dos riscos. Mas não há dúvida de que os criptoativos alternativos estão abrindo portas para um futuro financeiro mais inclusivo e conectado.

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