Essa estratégia baseia-se em um princípio simples, porém poderoso: “Nunca confie, sempre verifique”. Mas o que isso realmente significa? E por que é crucial para a segurança digital dos bancos?

Por Naskar
Publicado em 05/11/2024

o cenário atual, onde ataques cibernéticos estão se tornando cada vez mais sofisticados, a abordagem tradicional de segurança digital não é mais suficiente. Bancos, em particular, são alvos valiosos devido à grande quantidade de dados financeiros sensíveis que armazenam. Diante disso, um conceito que tem ganhado destaque no setor de segurança digital é o “Zero Trust”.

O Que é ‘Zero Trust’?

A abordagem Zero Trust parte do pressuposto de que nenhuma entidade – seja interna ou externa à organização – deve ser automaticamente confiável. Isso significa que todos os acessos e atividades precisam ser verificados e autenticados, independentemente de sua origem.

Tradicionalmente, as redes corporativas seguiam uma lógica de confiança implícita, onde, uma vez dentro do sistema, os usuários eram considerados confiáveis. No entanto, essa abordagem se mostrou vulnerável em um mundo onde ameaças internas, como funcionários mal-intencionados, e invasões externas, como hackers, estão em constante crescimento.

O Zero Trust transforma essa mentalidade ao assumir que as ameaças podem estar em qualquer lugar, inclusive dentro da rede. Assim, ele impõe a verificação contínua de todos os usuários, dispositivos e fluxos de dados, independentemente de onde eles estão.

Por que o ‘Zero Trust’ é Essencial para Bancos?

Os bancos lidam com enormes volumes de dados financeiros sensíveis, o que os torna alvos prioritários para cibercriminosos. De acordo com estudos, ataques cibernéticos a instituições financeiras têm aumentado tanto em frequência quanto em sofisticação. Por isso, confiar apenas em sistemas de segurança tradicionais coloca o banco e seus clientes em risco.

Aqui estão alguns motivos pelos quais o Zero Trust é tão importante para a segurança digital bancária:

  1. Proteção Contra Ameaças Internas – Muitas vezes, as maiores ameaças à segurança vêm de dentro. Funcionários com más intenções, erros humanos ou dispositivos comprometidos podem causar danos consideráveis. O Zero Trust garante que nenhum acesso interno seja concedido sem uma verificação adequada, reduzindo o risco de vazamentos internos.
  2. Autenticação Contínua – Com o Zero Trust, a autenticação e a verificação de identidade não acontecem apenas no momento de login. O sistema monitora continuamente o comportamento dos usuários, assegurando que qualquer atividade suspeita seja detectada rapidamente.
  3. Segurança na Nuvem – À medida que os bancos adotam cada vez mais soluções baseadas em nuvem, o controle de acesso se torna mais desafiador. O Zero Trust oferece uma solução robusta para proteger infraestruturas de nuvem, garantindo que todos os pontos de acesso sejam verificados e monitorados.
  4. Mitigação de Ameaças Externas – Com hackers se tornando mais sofisticados, as tentativas de violação da rede aumentam diariamente. O Zero Trust cria uma defesa em profundidade, onde nenhuma conexão externa é aceita sem validação, tornando mais difícil para os atacantes obterem acesso não autorizado.
  5. Cumprimento de Regulamentações – Bancos enfrentam uma série de regulamentações rigorosas de proteção de dados, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil ou a GDPR na Europa. O Zero Trust facilita a conformidade com essas regulamentações, fornecendo auditorias mais precisas e um controle rigoroso de acesso.

Componentes do Zero Trust

A implementação de uma estratégia Zero Trust envolve uma combinação de tecnologias e práticas que se reforçam mutuamente. Aqui estão os principais componentes:

  1. Autenticação Multifator (MFA): Impedir que apenas uma senha seja suficiente para acessar o sistema. Exigir múltiplos fatores de autenticação, como uma combinação de senha, biometria e tokens.
  2. Segmentação de Rede: Dividir a rede em segmentos menores para isolar e proteger partes críticas da infraestrutura. Isso garante que, mesmo que um invasor consiga acessar uma área, ele não terá acesso ao sistema inteiro.
  3. Controle de Acesso Granular: Conceder acesso com base no princípio do mínimo privilégio. Cada usuário ou dispositivo só deve ter acesso ao que é absolutamente necessário para suas funções.
  4. Monitoramento Contínuo: Implementar ferramentas que monitorem atividades suspeitas e padrões de comportamento em tempo real, permitindo respostas rápidas a qualquer ameaça.

Implementando Zero Trust em Bancos

Para os bancos, adotar o Zero Trust exige uma mudança cultural e uma modernização tecnológica. Aqui estão os passos-chave para essa implementação:

  1. Mapear os Recursos e Usuários – Identificar todos os recursos e ativos críticos dentro da instituição financeira, como dados, sistemas e aplicativos. Em seguida, mapear todos os usuários e dispositivos que acessam esses recursos.
  2. Estabelecer Políticas de Acesso – Criar políticas claras e específicas de quem pode acessar o quê, com base no papel e nas necessidades de cada usuário. A segmentação é fundamental para evitar o acesso desnecessário a dados sensíveis.
  3. Utilizar Ferramentas de Autenticação Avançada – Implementar autenticação multifator e outras tecnologias para garantir que apenas usuários autorizados consigam acessar a rede.
  4. Treinamento de Funcionários – Garantir que todos os colaboradores compreendam a importância do Zero Trust e saibam como seguir os novos protocolos de segurança. O treinamento regular também é essencial para manter todos atualizados sobre as melhores práticas.
  5. Investir em Automação de Segurança – Ferramentas de automação de segurança podem ajudar a monitorar, detectar e responder a incidentes em tempo real, reduzindo a dependência de supervisão manual.

Conclusão

Em um mundo onde ataques cibernéticos estão em constante evolução, o modelo de Zero Trust oferece uma nova maneira de proteger as instituições financeiras de ameaças internas e externas. Para os bancos, essa abordagem é vital, pois garante que nenhum acesso seja concedido sem verificação adequada, criando um ambiente mais seguro para proteger os dados e os ativos financeiros dos clientes.

Adotar o Zero Trust é mais do que uma tendência – é uma necessidade para os bancos que desejam manter a confiança de seus clientes e proteger seu futuro em um mundo cada vez mais digital e interconectado.

Newsletter

Receba as melhores dicas sobre investimentos, segurança e como cuidar do seu dinheiro.

>