A resposta curta: não ainda, mas estamos chegando lá. A resposta longa envolve entender tecnologia, política e o ritmo da adoção global.

Por Naskar
Publicado em 13/05/2025

Durante décadas, o sistema SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) foi a espinha dorsal das transferências internacionais de dinheiro. Ele conecta mais de 11.000 instituições financeiras em mais de 200 países. Mas, em tempos de disrupção digital, a pergunta inevitável surge: será que as criptomoedas — e a tecnologia por trás delas — podem substituir o SWIFT no futuro?

O que é o SWIFT e por que ele domina?

O SWIFT não movimenta dinheiro diretamente. Ele funciona como um “sistema de mensagens” entre bancos, permitindo que eles coordenem transferências internacionais com segurança. No entanto, o processo pode ser lento (às vezes leva dias), caro (com várias taxas intermediárias) e burocrático.

É aí que entram as criptomoedas.

Como o blockchain muda o jogo?

Com a tecnologia blockchain, é possível transferir valor diretamente entre duas partes, sem intermediários. Os benefícios são claros:

  • Velocidade: transações em minutos, não dias.
  • Custo reduzido: sem taxas bancárias múltiplas.
  • Transparência e rastreabilidade: tudo registrado em um livro-razão público.
  • Acesso global: ideal para regiões não atendidas por bancos tradicionais.

Stablecoins como USDC e USDT, por exemplo, já são usadas em remessas internacionais, com liquidação quase instantânea.

Casos reais de uso estão surgindo

Algumas empresas de tecnologia financeira já oferecem remessas internacionais via blockchain, com taxas menores e liquidação em tempo real. E bancos centrais ao redor do mundo testam CBDCs (moedas digitais emitidas por governos) para aumentar a eficiência dos pagamentos internacionais.

Empresas como Ripple propõem sistemas descentralizados para substituir — ou coexistir com — o SWIFT. O XRP Ledger, por exemplo, visa criar uma rede global de liquidação em tempo real.

Por que o SWIFT ainda não foi substituído?

Apesar das inovações, substituir o SWIFT é mais difícil do que parece:

  • Conformidade e regulação: as criptos ainda enfrentam desconfiança regulatória.
  • Escalabilidade: redes blockchain precisam ser rápidas e seguras em larga escala.
  • Volatilidade: ativos como Bitcoin ainda são instáveis demais para uso em massa.
  • Adoção institucional: mudar uma infraestrutura bancária global leva tempo.

Além disso, o próprio SWIFT está se atualizando. Iniciativas como o SWIFT gpi (Global Payments Innovation) já oferecem maior velocidade e rastreabilidade.

O que esperar do futuro?

O mais provável é que vejamos integração em vez de substituição total. O sistema bancário tradicional pode incorporar blockchains permissionadas, stablecoins e CBDCs como forma de modernizar seus fluxos.

Assim, o SWIFT do futuro pode não ser 100% cripto, mas certamente será digital, instantâneo e interoperável com redes descentralizadas.

Conclusão: Cripto como catalisador, não como inimigo

A revolução cripto não significa destruir o SWIFT, mas forçá-lo a evoluir. E nessa corrida por eficiência, o grande vencedor será o usuário global, que poderá enviar e receber dinheiro de forma mais rápida, barata e transparente — esteja onde estiver.

Se você acompanha o futuro das finanças, fique de olho nessa convergência. Estamos testemunhando o redesenho da infraestrutura financeira global. E ele pode ser mais descentralizado do que jamais imaginamos.

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